Os 25 pontos de bloqueios em rodovias federais de Mato Grosso, além de causar escassez em postos de combustíveis nos postos e afetar a coleta de lixo no interior do Estado, também deve prejudicar o aeroporto Marechal Cândido Rondon, em Várzea Grande. De acordo com a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o estoque de combustível dura até a próxima terça-feira (29). A orientação é que os passageiros procurem as companhias aéreas para obter mais informações.
A greve já dura quatro dias e a categoria se mobilizou contra o aumento do preço do combustível, em especial o diesel. Os motoristas permitem somente a passagem de caminhões com cargas vivas, ônibus, carros de passeio e ambulâncias.
O superintendente da Infraero em Cuiabá, Luciano Porfírio de Oliveira Segura, confirmou ao Agro Olhar que o estoque de combustível do aeroporto deve durar até a próxima semana. No entanto, ele também disse que um caminhão com combustível está a caminho, mas há chances dele não conseguir chegar à capital.
De acordo com a Infraero, o abastecimento de querosene de aviação está sendo monitorado. O alerta também chegou aos operadores de aeronaves, para que avaliem seus planejamentos de voos para que cada um possa definir sua melhor estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível na origem e destino do voo.
Aos passageiros, o superintendente indica que procurem suas companhias para consultar a situação de seus voos. A orientação é que façam a consulta sobre a disponibilidade de combustível na origem e no destino do voo programado.
Bloqueios
Em um dos pontos de bloqueio, na Rodovia dos Imigrantes, os manifestantes disseram à reportagem que o movimento tem sido tranquilo. Na manhã de hoje, um caminhoneiro tentou furar o bloqueio. Porém, agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) acalmaram os ânimos. Por fim, disseram que estão fazendo tudo corretamente e com tranquilidade.
Os caminhoneiros estão passando dia e noite nos pontos de bloqueio. A comida e água que recebem, são de doações. Além disto, acrescentaram que só pretendem desmobilizar o movimento quando o problema for resolvido.
Na manhã desta quarta-feira, o presidente Michel Temer se reuniu com ministros para discutir a greve dos caminhoneiros, que acontece em todo o país. A conversa ocorre no dia seguinte ao anúncio da Petrobras de redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 15 dias. Com esta decisão, o governo espera conseguir negociar com o movimento dos caminhoneiros, que se queixam do preço final do diesel.
Em razão da greve dos caminhoneiros que paralisaram o transporte e o consequente bloqueio nas bases de distribuição, o abastecimento nos postos está comprometido. Com a falta de produto em alguns estabelecimentos, os usuários passam a procurar outros. Além disto, o medo de que acabe o combustível também aumenta a demanda, o que pode esgotar todas as reservas dos postos.
Em Sorriso, por exemplo, há um posto com fila de veículos e o abastecimento só vai durar por mais uma hora. Em muitos estabelecimentos no interior há apenas óleo diesel nos tanques. Há confirmações de postos sem produtos em Tapurah, Primavera do Leste, Nova Xavantina, Diamantino e Juína.
A mobilização foi proposta pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) e iniciou na manhã desta segunda-feira (21). Em razão dos pesados impostos e do baixo valor dos fretes, a categoria afirma que enfrenta uma grave crise e articula ações em todo o país para evidenciar o descontentamento com a atual política econômica. A PRF mantêm o diálogo com os caminhoneiros.
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