sexta-feira, 15 de abril de 2016

Dilma inclui Aeroporto Marechal Rondon em programa de desestatização

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O Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, será privatizado. A presidente Dilma Rousseff incluiu o terminal aeroportuário no Programa Nacional de Desestatização (PND). A decisão consta no decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, dia 14. 
A demanda já era reivindicada pelo setor turístico de Mato Grosso, que aposta na privatização como forma de contornar os problemas de infraestrutura do aeroporto. A notícia vem um dia depois do governo do Estado anunciar que a partir de 20 de abril serão retomados os voos internacionais. 
Mesmo com o caráter provisório, o trade turístico mato-grossense reacende as expectativas quanto ao futuro do setor aéreo no Estado, reafirmando o potencial logístico que a Capital possui para a América Latina, característica fortalecida por ser Centro Geodésico, um ponto propício aos voos internacionais, até então raramente explorados por falta de vontade política.
Em entrevista ao jornal A Gazeta, o secretário-adjunto de Turismo de Mato Grosso, Luis Carlos Oliveira Nigro explica que está sendo entregue a 1ª etapa da internacionalização dos voos domésticos no Marechal Rondon, que consiste na área de desembarque, que conta com espaço necessário aos critérios de voos internacionais, principalmente a barreira alfandegária.
O primeiro voo a inaugurar esta nova fase do aeroporto será realizado em 20 de abril, por meio de uma operação fretada com origem em Santa Cruz de La Siera, Bolívia. “A etapa de adequação do aeroporto foi concluída com sucesso e dentro do prazo estipulado pela Secretaria de Estado de Cidades [Secid/MT]”.
Nigro avalia que até o final deste ano será entregue toda a obra na ala nova do aeroporto Marechal Rondon, sob a responsabilidade do governo estadual por meio da Secid. “Contudo, após a conclusão da parte nova, ainda vão sobrar pendências de ajustes na parte antiga”.

Expectativa
Carlos Nigro explica que ainda não há nenhum voo internacional regular para este semestre. “Mas estamos negociando com as aéreas, principalmente a Azul e a Amaszonas Línea Aérea”. A Azul não confirmou a informação, e o representante nacional da empresa Boliviana não foi localizado pela reportagem. Nigro diz também que as duas empresas já haviam manifestado interesse de começar a operacionalizar voos já neste semestre, contudo, a crise econômica que fez retrair as ofertas das aéreas protelou a data para possível abertura comercial no Marechal Rondon.
Dessa forma, os voos fretados serão a modalidade capaz de atuar no terminal aeroportuário. “Não vamos contar com uma equipe da alfândega disponível 24h por dia no Marechal, mas havendo necessidade de realizar esta demanda, a empresa área deve informar com 72h de antecedência a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), para liberar o pouso e decolagem com todos os quesitos exigidos”.
Nigro avalia que as possibilidades criadas com a nova fase operacional do aeroporto permitem que as agências de viagens fomentem pacotes internacionais, tendo Cuiabá como destino ou origem dos embarques ou pousos. Os destinos viáveis e que garantem demanda é Chile, Bolívia, Peru, Argentina entre outros países da América Latina, Estados Unidos e até mesmo a Ásia.

Trade turístico
“Mesmo em caráter provisório, os voos internacionais nos garantem certa alegria”, relata Oiran Gutierrez, presidente do Sindicato das Empresas de Turismo de Mato Grosso (Sinditur/MT). Franqueado master no Estado de uma empresa de turismo, Gutierrez avalia que para o 2º semestre já é possível planejar pacotes com raios de 1 mil quilômetro, que contemplam principalmente os países vizinhos na América Latina. “Mas o potencial vai além da região sul da américa. Será possível compreender diversos países”, opina.
Todavia, Gutierrez explica que criar credibilidade no mercado de voos internacionais é um processo demorado e que depende do poder de negociação entre empresários, governos e setores econômicos.
Por sua vez, o presidente do Conselho da Confederação Nacional de Turismo em Mato Grosso (CNTUR/MT), Jaime Okamura garante que há espaço para as viagens internacionais no Marechal Rondon. “Com a Copa do Mundo, Cuiabá ficou conhecida, principalmente, entre os países da América Latina. Mas acredito que a possibilidade de voos internacionais podem abrir espaço para novos mercados, como Estados Unidos e Ásia”.

Voos domésticos
Em março, o Marechal Rondon operacionalizou 4,834 mil voos, sendo 2,418 mil pousos e 2,416 mil decolagens. Os dados da Infraero apontam que na comparação com igual mês de 2015, houve queda de 8,11% na quantidade de voos, registrados em 5,261 mil. A diminuição da oferta foi anunciada pelas aéreas no começo deste ano, que adotaram a medida como forma de contornar os efeitos da queda na demanda.
Pelo aeroporto circularam 710,976 mil passageiros durante o 1º trimestres deste ano, sendo que 566,058 mil embarcaram ou desembarcaram em voos nacionais e 123,791 mil passageiros em voos regionais. O terminal aeroportuário tem capacidade para atender 4 milhões de passageiros por ano. 

FONTE: GAZETA DIGITAL

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